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Coluna JPS POLITICANDO – A Neo Oligarquia pernambucana

Política

Coluna JPS POLITICANDO – A Neo Oligarquia pernambucana

Edição n° 07, sábado (11) de Dezembro de 2021

“ Quem vive em Pernambuco há de estar enganado que há de ser Cavalcanti ou há de ser cavalgado” – Quadrinha popular do meio do século XIX

Imagino o estranhamento daqueles que ao se debruçarem pela História pernambucana, em especial as revoluções de cunho liberal/republicanas a exemplo da Revolução pernambucana de 1817, da Confederação do Equador de 1824 , movimentos esses que se ainda nos enchem de orgulho, foram também responsáveis pela drástica diminuição do nosso território e como consequência nos transformarem de Província Vanguardista e pujante a um Estado condenado a periferia a partir do início do ciclo do ouro em Minas Gerais, depois o do café em São Paulo e a consequente mudança do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste…


Mas, é fato que apesar de insofismável decadência, no âmago, o espírito do pernambucano sempre foi rebelde e mesmo durante o período da Ditadura, resistimos as oligarquias, seja ela do açúcar ou do gado…
Quem conheceu de perto a figura de Miguel Arraes não titubeia em testemunhar a maneira como este resistia a tentação de misturar politica e família e que a ascendência do neto Eduardo Campos sob o espolio avô coincide justamente com um Arraes já velho e caquético, sem força portando para manejar as cartas do jogo.


De fato em nossa história democrática não se conhece uma situação semelhante onde um mesmo grupo familiar tenha permanecido tanto tempo no poder e de uma forma tão contundente e por que não, quase totalitária. O nosso modelo oligárquico quem ouso chamar de “ Neo Oligarquia pernambucana” não advém do fato de que no passado possa haver existido uma outra. Tivemos, é claro em algum período – em especial ao corte de tempo da Ditadura onde a tríade ARENA/PDS/PFL foram muito estáveis , mas, mesmo assim havia ainda uma incipiente oposição a exemplo do próprio Arraes, Marcos Freire, Cristina Tavares e outros nomes importantes…


No estado de coisas da nossa Neo Oligarquia em que pese tenha o apoio de muitos da esquerda romântica/secular e outros ditos “ cheios de boas razões”, vejam bem, esquerdistas que apoiam e glorificam uma oligarquia com ares de monarquia rediviva. Não se envergonham nem mesmo de chamar o bisneto de Arraes que ora comanda o Recife de “reizinho”. Não se constrangem ao saber que os destinos do antigo “ Leão do Norte” seja todo decidido na cozinha da viúva de Eduardo Campos? Que quando em razão dos cueiros e fraldas atrapalham se providenciam uns prepostos sem nem mesmo se preocupar com a competência. Não faz tempo e outro da Oligarquia também tentou em governar Olinda? A mesma Olinda que jamais se rendeu aos Holandeses. Por acaso ainda não se atentaram que é outra também da oligarquia que a faz oposição nas fileiras do PT? Nossa oligarquia consegue ser poder e oposição ao mesmo tempo. Haja poder! Não vou nem lembrar das dezenas de nomes que se aboletaram na estrutura administrativa nas três esperas do Poder e até nas estatais e nos Órgãos de Controle. Na próxima eleição teremos outro, dizem os asseclas que será o Deputado Federal mais votado em Pernambuco. O que fez para isso? Nada é claro, mas o que importa é o sobrenome/sangue.


Frei Caneca até anda preocupado conosco, mas está muito ocupado num cisma entre um avô e um neto que desestabiliza um Purgatório.

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